Desigualdade de Renda no Brasil entre 2019 e 2022: evolução da massa de rendimentos e decomposição do coeficiente de Gini com base na PNAD contínua

  • Cassiano José Bezerra Marques Trovão Universidade Federal do Rio Grande do Norte https://orcid.org/0000-0002-0292-5651
  • Fabrício Pitombo Universidade Federal da Bahia
  • Juliana Bacelar de Araújo Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Palavras-chave: Desigualdade de Renda, PNAD Contínua, Pandemia, Brasil

Resumo

A desigualdade de renda no Brasil de 2019 a 2022 apresentou um comportamento errático. De 2019 para 2020, a desigualdade caiu. De 2020 para 2021, subiu. E, de 2021 para 2022, voltou a cair. Para entender esse comportamento e investigar quais foram os fatores que contribuíram para isso, foram explorados os dados da PNAD Contínua por meio de duas abordagens: 1) evolução da massa de rendimentos segundo as distintas fontes de renda e da estratificação decílica das pessoas baseada no rendimento domiciliar efetivo per capita; e 2) decomposição do coeficiente de Gini, bem como de sua variação ano a ano, segundo fontes de renda. As estimativas revelam a importância dos programas sociais (Bolsa Família e Auxílio Emergencial) para explicar a desigualdade de renda no país entre 2019 e 2021, e dos rendimentos do trabalho para explicar o que ocorreu em 2022.

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Publicado
2024-04-07
Como Citar
Trovão, C. J. B. M., Pitombo Leite, F., & Bacelar de Araújo, J. (2024). Desigualdade de Renda no Brasil entre 2019 e 2022: evolução da massa de rendimentos e decomposição do coeficiente de Gini com base na PNAD contínua. Brazilian Keynesian Review, 10(1), 170-193. https://doi.org/10.33834/bkr.v10i1.340
Seção
Artigos