Moderna Teoria Monetária: críticas à luz da economia institucional originária e do debate macroeconômico não-mainstream

  • Jan Klink UFABC
  • Gabriel Santos Carneiro EPOG+
  • Bruno Castro Dias da Fonseca UFABC/FFLCH-USP
Palavras-chave: Modern Monetary Theory, MMT, Economia Institucional, Economia Pós-Keynesiana

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo se inserir no debate contemporâneo em torno das proposições aventadas pela Modern Monetary Theory (MMT) e as críticas oriundas do campo não-mainstream. A proposição central do artigo é a de que a MMT pode ganhar maior robustez e consistência teórica frente às críticas por meio da recuperação e incorporação de ideias da Economia Institucional Radical presentes nos trabalhos de Karl Polanyi e Thorstein Veblen. Para tanto, após breve introdução, o trabalho realiza uma síntese teórica de alguns dos principais conceitos destes autores, seguida por uma apresentação das ideias gerais da MMT. Em sequência, são abordadas algumas críticas às proposições da MMT, que exemplificam a ausência de um tratamento do impacto das instituições na configuração de estados e trajetórias macroeconômicas. Nesse sentido, a retomada do enfoque dessa importante dimensão do institucionalismo originário pode contribuir com a conformação de agenda de pesquisa profícua ao MMT. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jan Klink, UFABC

Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do ABC (UFABC).

Gabriel Santos Carneiro, EPOG+

Graduado em Relações Internacionais e em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do ABC (UFABC). Mestre em Economic Analysis and Policy & Economic Sciences pelo programa Economic POlicies for the Global Transition Erasmus Mundus Joint Master Degree (EPOG+).

Bruno Castro Dias da Fonseca, UFABC/FFLCH-USP

Graduado em Relações Internacionais e em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do ABC (UFABC). Mestre em Sociologia pela a FFLCH-USP.

Referências

Albuquerque, S. O. F. de. (2019). Internacionalização da Formação do Corpo Docente da Pós-Graduação em Ciências Econômicas no Brasil—Circulação e Dinâmicas de Consagração [Tese de Mestrado, Instituto de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal Fluminense].

Barbosa Filho, N. H. (2020). Moeda, títulos e financiamento do Tesouro no Brasil: Um exemplo numérico. Revista de Economia, 41(75). DOI: 10.5380/re.v41i75.74011

Belluzzo, L. G., Raimundo, L. D. C., & Abouchedid, S. (2021). Gestão da riqueza velha e criação de riqueza nova: Uma crítica à Modern Money Theory (MMT). Economia e Sociedade, 30(1), 1–14. DOI: 10.1590/1982-3533.2020v30n1art01

Brown, D. (1989). Institutional Economics Existential Economics? Em W. M. Dugger (Org.), Radical Institutionalism: Contemporary Voices. Greenwood Press.

Callon, M. (1998). Introduction: The Embeddedness of Economic Markets in Economics. The Sociological Review, 46(1_suppl), 1–57. DOI: 10.1111/j.1467-954X.1998.tb03468.x

Callon, M. (2009). Elaborating the notion of performativity. Le Libellio d’AEGIS, 5(1), 18–29.

Carneiro, R. (2021). As Falhas da Modern Monetary Theory (MMT). Brazilian Keynesian Review, 6(2), 290–312. DOI: 10.33834/bkr.v6i2.252

Carruthers, B. (2009). A sociologia do crédito e da finança. Em A. Mondadora, A. Pedroso Neto, E. Leite, M. Jardim, & M. Sartore (Orgs.), Sociologia Econômica e das Finanças (p. 365–380). EDUFSCAR.

Davidson, P. (2019). What is modern about MMT? A concise note. Real-world Economics Review, 89.

de Conti, B., & Prates, D. (2018). The international monetary system hierarchy: Current configuration and determinants. Texto para Discussão, 335.

Deos, S., Mattos, O. B., Ultremare, F., & Mendonça, A. R. R. D. (2021). Modern Money Theory: Rise in The International Scenario and Recent Debate in Brazil. Brazilian Journal of Political Economy, 41(2), 314–332. DOI: 10.1590/0101-31572021-3141

Dugger, W. M. (1988). Radical Institutionalism: Basic Concepts. Review of Radical Political Economics, 20(1), 1–20. DOI: 10.1177/048661348802000101

Epstein, G. (2020). The Empirical and Institutional Limits of Modern Money Theory. Review of Radical Political Economics, 52(4), 772–780. DOI: 10.1177/0486613420912464

Fiebiger, B. (2012). Modern Money Theory and the real-world accounting of 1-1< 0: The US Treasury does not spend as per a bank. Political Economy Research Institute Working Paper, 279.

Fullwiler, S. T., Bell, S. A., & Wray, L. R. (2012). Modern Money Theory: A Response to Critics. SSRN Electronic Journal. DOI: 10.2139/ssrn.2008542

Kalecki, M. (1943). Political Aspects of Full Employment 1. The Political Quarterly, 14(4), 322–330. DOI: 10.1111/j.1467-923X.1943.tb01016.x

Kelton, S. (2020). The deficit myth: Modern monetary theory and the birth of the people’s economy (First edition). PublicAffairs.

Lavoie, M. (2013). The Monetary and Fiscal Nexus of Neo-Chartalism: A Friendly Critique. Journal of Economic Issues, 47(1), 1–32. DOI: 10.2753/JEI0021-3624470101

Lavoie, M. (2019). Modern monetary theory and post-Keynesian economics. Real-world Economics Review, 89, 97–108.

Lavoie, M. (2022). Post-Keynesian Economics New Foundations (2o ed). Edgar Elgar Publishing Limited.

Lerner, A. (1951). Economics of Employment (1o ed). McGraw-Hill.

MacKenzie, D. A. (2009). Material markets: How economic agents are constructed. Oxford University Press.

Mason, J. W., & Jayadev, A. (2018). A comparison of monetary and fiscal policy interaction under ‘sound’ and ‘functional’ finance regimes. Metroeconomica, 69(2), 488–508. DOI: 10.1111/meca.12197

Mayhew, A. (2019). Modern monetary theory and post-Keynesian economics. Real-world Economics Review, 89, 129–137.

Meyer, T. R., & Paula, L. F. D. (2023). Determinantes do Investimento em Capital Fixo no Brasil em 2007-2017 A Partir de uma Perspectiva Pós-Keynesiana: Uma Análise Empírica. Revista de Economia Contemporânea, 27, e232703. DOI: 10.1590/198055272703

Mitchell, W. (2019, maio). Marxists getting all tied up on MMT. Macroeconomic research, teaching and advocacy. Disponível em: <https://billmitchell.org/blog/?p=42246>

Palley, T. (2020). What’s wrong with Modern Money Theory: Macro and political economic restraints on deficit-financed fiscal policy. Review of Keynesian Economics, 8(4), 472–493. DOI: 10.4337/roke.2020.04.02

Polanyi, K. (2001). The great transformation: The political and economic origins of our time (2nd Beacon Paperback ed). Beacon Press.

Polanyi, K. (2012). A substância do homem: E ensaios correlatos. Contraponto.

Prates, D. (2020). Beyond Modern Money Theory: A Post-Keynesian approach to the currency hierarchy, monetary sovereignty, and policy space. Review of Keynesian Economics, 8(4), 494–511. DOI: 10.4337/roke.2020.04.03

Salles, A. O. T., & Camatta, R. B. (2018). Para além do consumo conspícuo: A teoria do consumo de Thorstein Veblen em A Teoria da Classe Ociosa e em The Theory of Business Enterprise. Em H. F. Pessali, R. G. Fernández, & A. O. T. Salles (Orgs.), Economia institucional: Fundamentos teóricos e históricos. Editora Unesp.

Santos, A. O. T. (2005). Uma Releitura das Finanças Funcionais [Tese de Doutorado]. Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Simonassi, A. G., Arraes, R. de A. e, & Oliveira, D. X. A. de. (2013). The role of expectations in modeling and forecasting industrial production. Revista Brasileira de Economia de Empresas, 13(2), 7–24.

Souza, R. C. (2009). A ciência dos economistas: Entre dissensos científicos e clivagens morais [Tese de Mestrado]. Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro.

Tcherneva, P. R. (2020). The case for a job guarantee. Polity Press.

Toporowski, J. (2019). The political economy of modern money theory, from Brecht to Gaitskell. Real-world Economics Review, 89, 194–202.

Tymoigne, E. (2021). Seven Replies to the Critiques of Modern Money Theory. SSRN Electronic Journal. DOI: 10.2139/ssrn.3984305

Veblen, T. (1909). The Limitations of Marginal Utility. Journal of Political Economy, 17(9), 620–636. DOI: 10.1086/251614

Veblen, T. (2009). The theory of the leisure class (Reissued). Oxford University Press.

Veblen, T. (2018). Por que a Economia não é uma ciência evolucionária? Em H. F. Pessali, R. G. Fernández, & A. O. T. Salles (Orgs.), Economia institucional: Fundamentos teóricos e históricos. Editora Unesp.

Vernengo, M., & Pérez Caldentey, E. (2020). Modern Money Theory (MMT) in the Tropics: Functional Finance in Developing Countries. Challenge, 63(6), 332–348. DOI: 10.1080/05775132.2020.1747729

Wray, L. R. (2019). Alternative paths to Modern Money Theory. Em E. Fullbrook & J. Morgan (Orgs.), Modern monetary theory and its critics (p. 8–46). World Economics Association.

Wray, L. R. (2020). The “Kansas City” Approach to Modern Money Theory. SSRN Electronic Journal. DOI: 10.2139/ssrn.3650357

Wray, L. R. (2024). Modern money theory: A primer on macroeconomics for sovereign monetary systems ([Third edition]). Palgrave Macmillan.

Publicado
2024-12-07
Como Citar
Klink, J., Santos Carneiro, G., & Castro Dias da Fonseca, B. (2024). Moderna Teoria Monetária: críticas à luz da economia institucional originária e do debate macroeconômico não-mainstream . Brazilian Keynesian Review, 10(2), 372-393. https://doi.org/10.33834/bkr.v10i2.341
Seção
Artigos